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“Feliz” é uma palavra yuppie

9 out

Em 1991, quando a revista Rolling Stone entrevistava Bob Dylan em seu aniversário de 50 anos, ele deu uma resposta interessante para o entrevistador que lhe perguntou se ele era feliz. Ele ficou em silêncio por um momento olhando para as próprias mãos e respondeu: “Sabe… essas são palavras yuppie, felicidade e infelicidade. Não é sobre felicidade ou infelicidade, é sobre se você é abençoado ou não.”

“Yuppie” é um termo informal em inglês que significa Young Urban Professional (Jovem Profissional Urbano). Representa um jovem, possivelmente recém-saído da faculdade, empregado, bem-pago e com um alto nível de vida.

Quando Dylan disse que felicidade é uma palavra yuppie, entendi que ele estava se referindo ao quanto essa palavra é traiçoeira – as pessoas a associam a coisas que transmitem uma falsa sensação de segurança.

Em 2009, a banda Switchfoot lançou um álbum chamado “Hello Hurricane”, chamando a atenção do povo americano para como a nação mais bem-sucedida e protegida do mundo estava sofrendo – especialmente depois de 2001 – por depositar sua confiança em coisas e status, e não no Deus verdadeiro, que protege e abençoa.

Você pode conferir a letra e a tradução da música “Happy is a Yuppie Word” (“Feliz é uma Palavra Traiçoeira”, em tradução livre), do mesmo álbum, clicando em Continue Reading.

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A Tirania da Felicidade

24 set

Ser feliz virou uma obrigação. A felicidade é a meta do pobre e do rico, do erudito e do ignorante, do santo e do pecador, do ateu e do crente, do ascético e do indulgente.

É por causa da felicidade que espirituais oram, trapaceiros trapaceiam, açambarcadores açambarcam, caridosos entregam-se à caridade, bêbados bebem, ladrões roubam e penitentes se arrependem. A sociedade contemporânea vive à luz de um único mandamento: “Buscarás estar satisfeito com tudo o tempo todo”.

Colocando os pés no chão, encontramos o conceito bíblico da bem-aventurança. O que os lingüistas gostam de traduzir por “felizes”, não evoca uma vaga felicidade de essência hedonista, mas implica retidão do homem marchando na estrada sem obstáculos que leva em direção ao Reino de Deus.

Uma felicidade que não depende do lugar onde se chega, mas sim do jeito como se vai. Uma felicidade capaz de conviver com a imperfeição, com a frustração, com castelos desmoronados, com desejos não satisfeitos.

Uma felicidade mais simples e singela, e menos hollywoodiana. A felicidade da fraternidade, da solidariedade, do compromisso ético. A felicidade do romance, da vida em família, mesmo com todas as suas contradições.

A felicidade de andar sempre, não desistir nunca, seguindo aquela trilha que Jesus Cristo deixou e que conduz ao Reino eterno.

 
(techos do texto de Ed René Kivitz)